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O uso de veneno de cobra contra o coronavírus

Jararacuçu (Bothrops jararacussu) por Rodrigo Tetsuo Argenton

Estudos com proteínas não tóxicas derivadas do veneno da Jararacuçu revelam resultados promissores para a produção de futuros fármacos aliados ao combate da COVID-19.

O peptídeo sintetizado nesta pesquisa realizada no Instituto de Química da UNESP  inibe a replicação do SARS-CoV-2 (Fontes, 2021).

A ação antibacteriana, exibida por este peptídeo, foi a motivação para os testes em outros agentes infecciosos, especialmente o SARS-CoV-2 que assola a humanidade e já ceifou mais de 4,4 milhões de vidas no mundo todo.


Este peptídeo encontrado na Jararacuçu, derivado da Bothropstoxina-I, é uma molécula pequena capaz de interagir e bloquear a PLPro, uma enzima do coronavírus que atua em sua multiplicação nas células e está presente em todas variantes do SARS-CoV-2, sugerindo que esta molécula da serpente mantenha sua eficácia mesmo diante das mutações virais (Freire et al., 2021). 

A atividade antiviral foi capaz de inibir até 75% da capacidade do vírus se multiplicar nas células de macaco cultivadas em laboratório. Para o ensaio, tais células receberam o peptídeo e, após uma hora, o vírus foi adicionado à cultura, que posteriormente foi avaliada, revelando o quanto o vírus deixou de se reproduzir. Em outra etapa, uma vez conhecida a ação do peptídeo da cobra, a molécula foi testada especificamente contra a enzima PLPro viral. Mas os estudos não param por aí… diferentes dosagens da molécula, ainda serão avaliadas, além de outras possíveis funções na célula, como a de proteção contra a invasão do vírus. Em etapa futura, pré-clínica, a eficácia do peptídeo para tratar animais infectados pelo novo coronavírus será estudada. Diante das atividades inibitórias enzimáticas e celulares atrativas, estes peptídeos sintéticos, derivados do veneno de serpente, são protótipos promissores para a descoberta e desenvolvimento de novos fármacos contra a infecção por SARS-CoV-2 (Freire et al., 2021). 

Bothrops jararacussu, por @RenatoGaiga da @Biotropica

A jararacuçu, Bothrops jararacussu, é uma serpente que pode ser encontrada aqui no Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. É uma víbora de grande porte, com fêmeas que podem alcançar 2,2 metros de comprimento total. B. jararacussu exibe um alto grau de dimorfismo sexual, um dos maiores valores registrados em cobras, impulsionado pela seleção da fecundidade; fêmeas maiores se reproduzem com mais frequência, gerando uma grande ninhada e tamanho da prole, entre os maiores no gênero. O sucesso reprodutivo desta espécie também pode ser aumentado pelo macho que pode prolongar seu potencial para acasalar (Silva et al., 2020). Seu tamanho imponente e a grande quantidade de veneno que é capaz de injetar em sua mordida causam temor a quem as encontra, mas acidente com esta espécie é incomum (Rosenfeld, 1971; Miliani et al., 1997). O veneno botrópico tem efeitos proteolíticos, coagulantes e hemorrágicos, com casos de AVC em atendimentos tardios (Sachett et al., 2020).

Fontes, H. 2021. Veneno de cobra brasileira tem molécula que inibe o coronavírus. UNESP/IQ/Notícias. Agosto/2021. https://www.iq.unesp.br/#!/noticia/762/veneno-de-cobra-brasileira-tem-molécula-que-inibe-o-coronavirus


Freire, M. C., Noske, G. D., Bitencourt, N. V., Sanches, P. R., Santos-Filho, N. A., Gawriljuk, V. O., ... & Oliva, G. (2021). Non-Toxic Dimeric Peptides Derived from the Bothropstoxin-I Are Potent SARS-CoV-2 and Papain-like Protease Inhibitors. Molecules, 26(16), 4896. https://www.mdpi.com/1420-3049/26/16/4896/htm


Milani R, Junior, Jorge M T, Campos F P, Martins F P, Bousso A, Cardoso J L, Ribeiro L A, Fan H W, Franca F O, Sano-Martins I S, Cardoso D, Ide Fernandez C, Fernandes J C, Aldred V L, Sandoval M P, Puorto G, Theakston R D, Warrel D A. Snake bites by the jararacuçu (B. jararacussu): clinicopathological studies of 29 proven cases in São Paulo State, Brazil. QJM 1997; 90: 323–334 https://doi.org/10.1093/qjmed/90.5.323 


Rosenfeld, G. (1971). Symptomatology, pathology and treatment of snake bites in South America. Venomous animals and their venoms, 2, 345-384. 


Sachett, J. D. A. G., da Silva, A. M., Dantas, A. W. C. B., Dantas, T. R., Colombini, M., da Silva, A. M. M., ... & Bernarde, P. S. (2020). Cerebrovascular accidents related to snakebites in the Amazon—two case reports. Wilderness & Environmental Medicine, 31(3), 337-343. https://doi.org/10.1016/j.wem.2020.04.009


Silva, K. M., Braz, H. B., Kasperoviczus, K. N., Marques, O. A., & Almeida-Santos, S. M. (2020). Reproduction in the pitviper Bothrops jararacussu: large females increase their reproductive output while small males increase their potential to mate. Zoology, 142, 125816. https://doi.org/10.1016/j.zool.2020.125816

Cascavel

Foto: José Reynaldo da Fonseca - Versão recortada de Cobra cascavel 280707- 23 04 40s - 49 06 55w REFON (4). C. durissus terrificus em Avaré, São Paulo, Brasil 
Foto: Leandro Avelar. Serpente fotografada em Viçosa, Minas Gerais.

A cobra cascavel, Crotalus durissus, é uma espécie de serpente peçonhenta neotropical conhecida por seu chocalho na ponta da cauda, robusta e de médio porte, alcançando cerca de 1,6 m de comprimento. Sua dieta é composta, principalmente, por roedores, mas inclui também lagartos (Argaez, 2012). O veneno da cascavel produz neurotoxicidade, distúrbios de coagulação, miotoxicidade sistêmica e insuficiência renal aguda, com possível dano adicional ao coração e fígado (Monteiro et al., 2001). A C. d. terrificus endêmica do Brasil apresenta uma peçonha  com forte atividade letal e miotóxica, com grandes quantidades do complexo neurotóxico crotoxina, e fracos efeitos proteolíticos, hemorrágicos e formadores de edema, semelhantes aos recém-nascidos de C. d. durissus (Gutiérrez et al. 1991) e, em caso de acidentes, o antiveneno do Instituto Butantan apresenta títulos de anticorpos anticrotoxina muito maior em comparação com outro instituto, sendo mais eficiente (Saravia et al. 2002). É a espécie que mais causa óbito em acidentes ofídicos no Brasil (Ministério da Saúde, 2019), especialmente por insuficiência renal aguda (Pinho, Zanetta & Burdmann, 2005) e sua presença é favorecida pelas atividades humanas que, além do aumento de roedores fornecendo abundância alimentar, promove a dispersão desta cobra facilitada por áreas abertas de pastagens criadas após desmatamentos (Bastos, Araujo & Silva, 2005), remontando bem o cenário pleistocênico, do processo de especiação vicariante na floresta amazônica a exemplo de espécies não florestais como a cascavel neotropical em sua expansão para o sul do continente (Wüster et al. 2005). 


Argaez, M. A. H. (2012). A cascavel neotropical Crotalus durissus: uma abordagem morfológica e da historia natural em populações do Brasil (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). 
Bastos, E. G. D. M., de Araújo, A. F., & Silva, H. R. D. (2005). Records of the rattlesnakes Crotalus durissus terrificus (Laurenti)(Serpentes, Viperidae) in the State of Rio de Janeiro, Brazil: a possible case of invasion facilitated by deforestation. Revista Brasileira de Zoologia, 22(3), 812-815. https://doi.org/10.1590/S0101-81752005000300047
Gutiérrez, JM, Dos Santos, MC, de Fatima Furtado, M., & Rojas, G. (1991). Similaridades bioquímicas e farmacológicas entre os venenos de Crotalus durissus durissus recém-nascido e cascavéis Crotalus durissus terrificus adultas. Toxicon , 29 (10), 1273-1277.https://doi.org/10.1016/0041-0101(91)90201-2
Pinho, FM, Zanetta, DM, & Burdmann, EA (2005). Insuficiência renal aguda após picada de cobra de Crotalus durissus: um estudo prospectivo em 100 pacientes. Kidney international , 67 (2), 659-667.https://doi.org/10.1111/j.1523-1755.2005.67122.x.
Saravia, P., Rojas, E., Arce, V., Guevara, C., López, JC, Chaves, E., ... & Gutiérrez, JM (2002). Variabilidade geográfica e ontogênica no veneno da cascavel neotropical Crotalus durissus: implicações fisiopatológicas e terapêuticas. Revista de biología tropical , 337-346. https://revistas.ucr.ac.cr/index.php/rbt/article/view/16293
Ministério da Saúde (2019). http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def
Wüster W, Ferguson JE, Quijada-Mascareñas JA, Pook CE, Salomão MG, Thorpe RS. 2005. Traçando uma invasão: pontes terrestres, refúgios e a filogeografia da cascavel neotropical (Serpentes: Viperidae: Crotalus durissus ). Molecular Ecology 14: 1095-1108. https://web.archive.org/web/20160815195351/https://dl.dropboxusercontent.com/u/35959689/Publications/2005_Crotalus_durissus_MolEcol.pdf
Quanto ao veneno, veja também:
Boldrini-França, J., Corrêa-Netto, C., Silva, M. M., Rodrigues, R. S., De La Torre, P., Pérez, A., ... & Calvete, J. J. (2010). Snake venomics and antivenomics of Crotalus durissus subspecies from Brazil: assessment of geographic variation and its implication on snakebite management. Journal of proteomics, 73(9), 1758-1776. https://doi.org/10.1016/j.jprot.2010.06.001
Evangelista, J. S., Martins, A. M., Nascimento, N. R., Sousa, C. M., Alves, R. S., Toyama, D. O., ... & Monteiro, H. S. (2008). Renal and vascular effects of the natriuretic peptide isolated from Crotalus durissus cascavella venom. Toxicon, 52(7), 737-744. https://doi.org/10.1016/j.toxicon.2008.08.014 Furtado, M. F. D., Santos, M. C., & Kamiguti, A. S. (2003). Age-related biological activity of South American rattlesnake (Crotalus durissus terrificus) venom. Journal of venomous animals and toxins including tropical diseases, 9(2), 186-201.  https://doi.org/10.1590/S1678-91992003000200005 
Monteiro, H. S. A., Da Silva, I. M. S. C., Martins, A. M. C., & Fonteles, M. C. (2001). Actions of Crotalus durissus terrificus venom and crotoxin on the isolated rat kidney. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 34(10), 1347-1352. https://doi.org/10.1590/S0100-879X2001001000017 
Rangel-Santos, A., Dos-Santos, E. C., Lopes-Ferreira, M., Lima, C., Cardoso, D. F., & Mota, I. (2004). A comparative study of biological activities of crotoxin and CB fraction of venoms from Crotalus durissus terrificus, Crotalus durissus cascavella and Crotalus durissus collilineatus. Toxicon, 43(7), 801-810. https://doi.org/10.1016/j.toxicon.2004.03.011
Santoro, M. L., Sousa-e-Silva, M. C., Gonçalves, L. R., Almeida-Santos, S. M., Cardoso, D. F., Laporta-Ferreira, I. L., ... & Sano-Martins, I. S. (1999). Comparison of the biological activities in venoms from three subspecies of the South American rattlesnake (Crotalus durissus terrificus, C. durissus cascavella and C. durissus collilineatus). Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Pharmacology, Toxicology and Endocrinology, 122(1), 61-73. https://doi.org/10.1016/S0742-8413(98)10079-8

Surucucu-do-pantanal

A Surucucu-do-pantanal, Hydrodynastes gigas, também conhecida como Jararacussu-do-brejo, Jararacussu-piau e Boipevassu, é uma das maiores cobras da América do Sul, podendo chegar até 3 metros de comprimento total. É uma serpente generalista, que se alimenta de anfíbios, répteis, peixes, mamíferos, aves e  até carniça (López & Giraudo, 2004). Um estratégia predatória desta serpente é o uso da cauda para espantar suas presas abrigadas em moitas, expondo-as para seu ataque (Strüssmann & Sazima, 1990). Se destacando como uma grande predadora nos ecossistemas aquáticos sul-americanos (Giraudo et al., 2014), onde está amplamente distribuída (Carvalho et al., 2020). Apesar de haver registro de envenenamento com a picada desta espécie, não há consequências médicas graves (Keyler et al. 2016).


Carvalho PS, Zaher H, da Silva Jr NJ, Santana DJ. 2020 . Um estudo morfológico e molecular de Hydrodynastes gigas (Serpentes, Dipsadidae), uma espécie difundida na América do Sul . PeerJ 8 : e10073 https://doi.org/10.7717/peerj.10073 
Giraudo, A. R., Arzamendia, V., Bellini, G. P., Bessa, C. A., & Costanzo, M. B. (2014). Ecología de una gran serpiente sudamericana, Hydrodynastes gigas (Serpentes: Dipsadidae). Revista mexicana de biodiversidad, 85(4), 1206-1216. https://doi.org/10.7550/rmb.43765
Keyler, D. E., Richards, D. P., Warrell, D. A., & Weinstein, S. A. (2016). Local envenomation from the bite of a juvenile false water cobra (Hydrodynastes gigas; Dipsadidae). Toxicon, 111, 58-61. https://doi.org/10.1016/j.toxicon.2015.12.015
López, M. S., & Giraudo, A. (2004). Diet of the large water snake Hydrodynastes gigas (Colubridae) from northeast Argentina. Amphibia-Reptilia, 25(2), 178-184. https://doi.org/10.1163/1568538041231148 
STRÜSSMANN, C. & SAZIMA, I.  (1990). UMA TATICA DE CAÇA DA SERPENTE HYDRODYNASTES GIGAS NO PANTANAL, MATO GROSSO. Mem. Inst. Butantan, 52(2), 57-61. https://ecoevo.com.br/publicacoes/pesquisadores/ivan_sazima/1990_esquadrinhascomacaudau.pdf

Jararaca-da-seca

Foto: M.L.O. Travassos (Marques et al., 2016)

A Jararaca-da-caatinga, Bothrops erythromelas, também conhecida como Jararaca-da-seca e Jararaca-malha-de-cascavel está presente na caatinga (Freitas, 2003). É uma serpente pequena (menor que 1m), marrom-avermelhada, robusta, terrestre, com atividade crepuscular e noturna, alimentando-se de rãs, lagartos e roedores (De Oliveira et al., 2018; Freitas, 2003). Quando ameaçadas, podem exibir tanatose, um comportamento de fingimento de morte com o boca ligeiramente aberta e parte ventral do corpo voltada para cima (dos Santos & da Silva Muniz, 2012). Sua toxina apresenta atividade inflamatória, hemorrágica e coagulante (Oliveira et al., 2010; Santoro et al., 2015). 

As Bothrops são responsáveis pela maior parte dos acidentes ofídicos no Brasil, incluindo o sertão nordestino, que atribuídos a esta espécie (Oliveira et al., 2010; Ministério da Saúde, 2019) e podem causar hemorragia, edema, dor, mionecrose, hipotensão e insuficiência renal aguda (de Sousa et al., 2016). Suas miotoxinas foram comparadas, demonstrando efeito de cinco a oito vezes maior para o grupo das B. jararacussu, B. moojeni, B. neuwiedi e B. pradoi  do que para B. erythromelas, B. alternatus, B. atrox, B. cotiara e B. jararaca, sendo esta última fracamente relacionada ao grupo anterior (Moura-da-Silva, Cardoso & Tanizaki, 1990). Outro estudo, além da miotoxicidade, avaliou efeitos neurotóxicos, exibindo variados graus de bloqueio neuromuscular e a neutralização desse efeito pelo soro antibotrópico em B. erythromelas foi de 65,8%, variando para as outras espécies (Zamunér et al., 2004). Em uma análise comparativa entre a toxina das fêmeas de Bothrops e seus descendentes, notou-se variação ontogenética da peçonha,  onde a atividade caseinolítica de todos os venenos de cobras fêmeas e a atividade pró-coagulante de seus filhotes foram extremamente altas e, B. erythromelas, tanto a mãe quanto sua prole não apresentaram atividade amidolítica e os mais elevados níveis de fator X e ativadores de protrombina sem ação semelhante à trombina (Furtado et al., 1991). 

Estudos filogenéticos sugerem hibridização introgressiva desta espécie e reportam que B. erythromelas foi a primeira a divergir do grupo B. neuwiedi na Caatinga, seguida por B. lutzie  no Cerrado (Machado, Silva & Silva, 2013), com híbridos em cativeiro entre B. erythromelas e B. neuwiedi  (Santoro et al., 2015).

Uma revisão da toxina desta espécie está disponível em Nery et al. (2016), abordando, além destes estudos supracitados, pesquisas que apontam a identificação de uma proteína para determinar envenenamento por B. erythromelas, efeito renal desta peçonha em estudo de fator de resistência em soro de gambá, semelhança genética com B. moojeni, maior similaridade com veneno de B. alternatus e outros estudos realizados ao longo de 36 anos com o veneno desta espécie.


De Oliveira, M C; Da Silva, É G; Lima, V F; Teixeira, A A M; Teles, D A; De Araujo Filho, J A & De Oliveira Almeida, W 2018. Bothrops erythromelas (Jararaca) Diet. Herpetological Review 49 (2): 335 https://www.dropbox.com/s/abysg75cvmbi6tk/HerpRev_June_2018_Herpetoculture_Notes.pdf?dl=1
de Sousa, F. C. M., Jorge, A. R. C., Torres, A. F. C., Mello, C. P., Lima, D. B., Nojosa, D. M. B., ... & Monteiro, H. S. A. (2016). Bothrops erythromelas () venom induces apoptosis on renal tubular epithelial cells. Toxicon, 118, 82-85. https://doi.org/10.1016/j.toxicon.2016.04.040
dos santos, E. M. & da Silva Muniz, S. L. 2012. Bothropoides erythromelas (Jaracara) defensive behavior: death-feigning. Herpetological Review 43(2): 340-341 https://www.dropbox.com/s/ja93rcq9voi8sq9/HR%20June%202012%20ebook.pdf?dl=1
Freitas, M. A.  de (2003). Serpentes brasileiras. 160 p
Furtado MFD, Maruyama M, Kamiguti AS, Antonio LC (1991) Comparative study of nine Bothrops snake venoms from adult female snakes and their offspring. Toxicon 29: 219–226. pmid:1646500  https://doi.org/10.1016/0041-0101(91)90106-2
Machado T, Silva VX, Silva MJ (2013) Relações filogenéticas dentro do grupo Bothrops neuwiedi (Serpentes, Squamata): Linhagens geograficamente altamente estruturadas, evidência de hibridização introgressiva e diversificação Neógena / Quaternária. Mol Phylogenet Evol 71C: 1-14. https://doi.org/10.1016/j.ympev.2013.10.003 
Marques R, Mebert K, Fonseca É, Rödder D, Solé M, Tinôco MS (2016) Composition and natural history notes of the coastal snake assemblage from Northern Bahia, Brazil. ZooKeys 611: 93-142. https://doi.org/10.3897/zookeys.611.9529 
Ministério da Saúde, 2019. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def
Moura-da-Silva, AM, Cardoso, DF, & Tanizaki, MM (1990). Diferenças na distribuição de proteínas miotóxicas em venenos de diferentes espécies de Bothrops. Toxicon , 28 (11), 1293-1301. https://doi.org/10.1016/0041-0101(90)90094-N
Nery, N. M., Luna, K. P., Fernandes, C. F. C., & Zuliani, J. P. (2016). An overview of Bothrops erythromelas venom. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 49, 680-686. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0195-2016
Oliveira FN, Brito MT, Morais ICO, Fook SML, Albuquerque HN (2010) Acidentes por Bothrops e Bothropoides no Estado da Paraíba: aspectos epidemiológicos e clínicos. Rev Soc Bras Med Trop 43: 662–667. pmid: 21181019. https://doi.org/10.1590/s0037-86822010000600012
Santoro, ML, do Carmo, T., Cunha, BHL, Alves, AF, Zelanis, A., Serrano, SMDT, ... & Fernandes, W. (2015). Variação ontogenética nas atividades biológicas de venenos de híbridos entre serpentes Bothrops erythromelas e Bothrops neuwiedi. PloS one , 10 (12), e0145516.https://doi.org/10.1371/journal.pone.0145516 
Zamunér, S. R., da Cruz-Höfling, M. A., Corrado, A. P., Hyslop, S., & Rodrigues-Simioni, L. (2004). Comparison of the neurotoxic and myotoxic effects of Brazilian Bothrops venoms and their neutralization by commercial antivenom. Toxicon, 44(3), 259-271. https://doi.org/10.1016/j.toxicon.2004.05.029

Picada de Falsa-coral

Oxyrhopus rhombifer, by Chácara Comédia Selvagem https://youtu.be/97OwwPIy1fg

A serpente Oxyrhopus rhombifer, conhecida como falsa-coral, devido seu padrão de cores em bandas pretas, brancas ou amarelas e vermelhas, semelhantes às cobras corais verdadeiras, embora haja registro anômalo de mesma coloração em listras longitudinais (Azevedo et al., 2018). É uma espécie de colubrídeo de tamanho pequeno, menor que 100 cm, terrestre e noturna, apesar de eventualmente ser vista sobre vegetação cerca de 20 cm do solo e também durante o dia, principalmente em áreas abertas (Sawaya et al., 2008; Menezes et al., 2018), ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e em todos os biomas brasileiros (Nogueira et al., 2019). É uma espécie generalista, alimentando-se principalmente de lagartos, pequenos mamíferos e cobras (Sawaya et al. 2008, Quintela et al., 2020) e servindo de alimento para outros animais como coruja-buraqueira (Sawaya et al., 2003; dos Santos et al., 2021). É ovípara, com ninhada variando de quatro a 17 ovos (Gaiarsa et al. 2013) e apresenta dimorfismo sexual, com fêmeas maiores que machos (Quintela et al., 2020).

Sua coloração aposemática é um mecanismo de defesa, como um sinal de advertência e perigo para quem ser aproximar, mesmo que seja um blefe. Dentre os comportamentos defensivos que as serpentes podem exibir, esta falsa-coral pode permanecer imóvel, fazer a compressão dorsoventral do corpo, exibir a cauda, elevação do primeiro terço do corpo, vibração corporal, postura em "S", movimentos erráticos, falso bote, descargas cloacais, escondendo a cabeça, fuga e bote (de Assis et al., 2020), muitos deles exibidos no vídeo do canal Chácara Comédia Selvagem (2021).

Esta espécie já foi mencionada como não venenosa potencialmente perigosa (Lema, 1978) e este gênero corresponde à ~9% das picadas em humanos feitas por cobras opistóglifas (Prado-Franceschi & Hyslop, 2002), com uma outra espécie congênere, Oxyrhopus guibei, causando 205 casos ao longo de mais de 70 anos de registros no Hospital Vital Brazil, no Instituto Butantan, São Paulo (Silva, 2019). As picadas de O. guibei geraram manifestações clínicas locais com dor, sangramento transitório, eritema, edema, parestesia, dor intensa , dor irradiada e equimose. Apenas 18,5% dos pacientes manifestaram sintomas sistêmicos com tontura transitória ou cefaleia leve, sendo tratados com antissépticos, anti-histamínicos e analgésicos e 33,7%  dos pacientes não apresentaram evidências de envenenamento. Nenhum paciente apresentou sequela ou complicações (Silva, 2019). Demonstrando que acidentes com este tipo de cobra são leves, mas devido sua semelhança com corais verdadeiras, potencialmente letais, toda cuidado deve ser tomado, a fim de evitar acidentes fatais.


Mordida de falsa-coral
Azevedo, W. D. S., Quintela, F. M., Entiauspe-Neto, O. M., Abegg, A. D., Porciúncula, R. A., & Loebmann, D. (2018). Anomalous colour pattern in Oxyrhopus rhombifer (Serpentes: Dipsadidae). Herpetology Notes, 11, 553-555. https://www.biotaxa.org/hn/article/download/35591/34210
Chácara Comédia Selvagem (2021).  CHARLLES FOI MORDIDO POR UMA COBRA CORAL | CHÁCARA COMÉDIA SELVAGEM, disponível em 29 de junho de 2021.  https://youtu.be/97OwwPIy1fg
de Assis, C. L., Guedes, J. J. M., de Jesus, L. M. G., & Feio, R. N. (2020). New defensive behaviour of the false coral snake Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Duméril, 1854 (Serpentes, Dipsadidae) in south-eastern Brazil. Neotropical Biology and Conservation, 15(1): 71–76. https://doi.org/10.3897/neotropical.15.e48564
dos Santos, R. K. C., Citeli, N. K., da Silva, E. M. L., Otero, G. M., Barreto-Lima, A. F., Brandão, R. A., & de-Carvalho, M. (2021). Reptiles preyed by the Burrowing owl (Athene cunicularia): new records and current knowledge in South America. Heringeriana, 15, 40-47. https://doi.org/10.17648/heringeriana.v15i1.917956 https://doi.org/10.1590/S0031-10492013001900001
Lema, T. (1978). Cobras não venenosas que matam. Natureza em Revista, 4, 38-46. 
Menezes FA, Abegg AD, Silva BR, Franco FL, Feio RN (2018) Composition and natural history of the snakes from the Parque Estadual da Serra do Papagaio, southern Minas Gerais, Serra da Mantiqueira, Brazil. ZooKeys 797: 117-160. https://doi.org/10.3897/zookeys.797.24549
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Silva, M. C. D. (2019). Acidentes por serpente falsa coral Oxyrhopus guibei (Hoge &Romano, 1978): estudo retrospectivo de 205 casos atendidos no Hospital Vital Brazil no período de 1945 a 2018. https://repositorio.butantan.gov.br/handle/butantan/3846

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Biólogo Henrique 


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Raul Santos Seixas

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